tag:blogger.com,1999:blog-35230979589766115052024-03-14T09:43:04.681-03:00, LispectoriusUnknownnoreply@blogger.comBlogger11125tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-42566133415718666842012-03-03T12:52:00.000-03:002012-03-03T12:52:36.172-03:00(In)feliz Clandestinidade<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
</w:Compatibility>
<w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel>
</w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" LatentStyleCount="156">
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin:0cm;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:10.0pt;
font-family:"Times New Roman";
mso-ansi-language:#0400;
mso-fareast-language:#0400;
mso-bidi-language:#0400;}
</style>
<![endif]-->
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitoV40gVTpqWOPkhnbV2PAJJQuMSnvL_T_qoDTgnmUIeb5eBDxS5VmUv5xZIBIeVJuD9lzQe-76cOqOKX6wlHi6fd_JNy57XFY42u8K_Lv-PlgriDRLjU_CYMeA1xmEhR44zYwJ93H3wQ/s1600/ponto_de_equilibrio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitoV40gVTpqWOPkhnbV2PAJJQuMSnvL_T_qoDTgnmUIeb5eBDxS5VmUv5xZIBIeVJuD9lzQe-76cOqOKX6wlHi6fd_JNy57XFY42u8K_Lv-PlgriDRLjU_CYMeA1xmEhR44zYwJ93H3wQ/s320/ponto_de_equilibrio.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A vida tratou de fazer com que
a felicidade fosse para mim algo vedado. Não sei com que gosto ela fazia com
que os meus sofrimentos fossem o mais adequado dos cotidianos. Então tudo que
tinha sabor de felicidade tornava-se defeso, e a única maneira de aproveitar
era atribuindo a essa alegria uma feição ilegal. Carnavais, livros, todos esses
prazeres pareciam que não foram feitos para mim. Ah!, Mas com que gosto o
ilegal faz bem, como era bom fazer desses momentos clandestinos o maior dos
sentimentos que alguém pode ter quando quer se sentir vivo. E assim eu ia
vivendo, burlando a impiedosa vida, e sendo feliz à minha maneira.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br />
Mas voltemos ao Monteiro Lobato, voltemos às Reinações de Narizinho. Agora ele
era meu amante, e eu criava as situações para nos deleitarmos um com outro,
nada muito longo, nada muito extensivo, pois a vida nos espreitava com seus
olhos de lei, para me impor a minha lei. Que não fossem longos, que não fossem
duradouros, mas eram os melhores momentos e particularmente, como acontece com
todos amantes, a vivência desses momentos fazia com que os interstícios fossem
não felizes, mas ainda sim esperançosos e saltitantes, pois a hora de estar com
ele haveria novamente de chegar e assim minha boa fortuna se faria.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Quanto tempo vivemos assim¿ Não
sei, mas tampouco importa, foi tempo suficiente para que meus dias tomassem um
brilho distinto, para que meus cantos tomassem outras formas, outros sons, e
antes de tudo, para que minha lei, antes tão pouco incontestável, tomasse
formas menos duras agora. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Procrastinar a devolução
dava-me uma idéia de que aqueles momentos se tornariam eternos, mas não, o
tempo protraído não fez com que a hora indesejada não chegasse e para minha
consternação o momento que findaria minhas felicidades chegou. Era hora de
tornar o livro a sua dona.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Lá estava eu pelas ruas, com o
passo lento, tentando ainda adiar ao máximo a entrega, com aquela idéia ainda
em mente. Quem sabe o passo lento não tornaria esse amante agora meu. Mas não,
não teve jeito, a vida não apaziguava, a vida não me dava aquilo que eu queria.
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Então estava eu novamente à
porta da filha do dono de livraria, como tantas vezes lá estive com esperança,
com planos que ela sempre suprimia, mas que se refaziam sempre na esperança da
leitura. Devolvi, e talvez fosse isso, ele nunca fora meu de verdade, era dela.
Esteve comigo o tempo certo, mas nossa relação era delimitada, tinha prazo,
tinha fim. O fim chegou.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Victor Filipe Costa Lima e Vítor Cangussu. </span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-69318623067679453232012-03-03T03:58:00.001-03:002012-03-03T03:58:07.750-03:00Minha Dor de tempos em tempos.<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_tRY57H4n0VgjTzSTL6H7_aitpqHhmWzi4U2YVNm9K6BLWbkilCooNxI99JfGJnoaEAJl-ckR38NnPxET_c4Grv2cnBLOGQCDDbK_y6wRaFeq4VUQK2VYJfoLlJmuKMmNycZQkYroeDE/s1600/Imagem+2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_tRY57H4n0VgjTzSTL6H7_aitpqHhmWzi4U2YVNm9K6BLWbkilCooNxI99JfGJnoaEAJl-ckR38NnPxET_c4Grv2cnBLOGQCDDbK_y6wRaFeq4VUQK2VYJfoLlJmuKMmNycZQkYroeDE/s320/Imagem+2.JPG" width="210" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: x-large;"><b><br /></b></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<i><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="background-color: #f4cccc;"><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">Dedico este texto à dor que rasga o
meu ventre e dilacera meu interior quebrantando o mais profundo questionamento
da minha alma. <b>O significado da vida</b>.</span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"><o:p></o:p></span></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como posso eu estar
Vivo? Não tenho grandezas nem sou supérfluo, mas também não tenho resposta que
possa ser dada a essa pergunta. Só sei que a gente um dia morre. E não existe
palavra que signifique a minha vida. Não entendo o porquê de estar escrevendo,
se é que existe mesmo finalidade para isso, mas algo me atrai para o papel. <b>É
essa admiração corrupta do que não é belo, ou do que meus olhos moribundos
viram, do que é estranho e confuso</b>. <u>Nunca gostei do que é fácil, estou longe da
mediocridade.</u> Apenas estou vivendo dias, fechado em um lugar pequeno e ermo,
sem nenhum luxo, e renunciei meus prazeres para ver se conseguiria sentir o que
é ser anódino. Queria eu, entender a beleza, o prazer da atração que me traz
aquele ser que só de ser visto causa repugnância a qualquer homem de bem. Ela é
um nada. Mas <i>como nada ainda é muito, nem isso ela pode ser.</i> Ela é insossa e
impenetrável. Ninguém nunca olhou pra ela, nem ela se olha por dentro. <i>Quem é?
Não importa, ela é ninguém. </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Todos os dias, usa para
trabalhar roupas que desprezam o mínimo da moda. É magra e deslustrada, e seria
um insulto compará-la a um cachorro esguio de rua. Porque este pelo menos
possui a liberdade de ser. Uma vida parca, insignificante. Mas era uma mulher,
e ela me atiçava como uma feiticeira. Nada nem ninguém me atordoaram tanto. Já
não tenho ciência de como isso tudo vai terminar. A nordestina, ela me causava
enjôo. Ela era bem como eu, vivia para si o presente. E se um dia se casar, vai se casar de branco,
virgem e intocável. Mas tenho em minhas mãos o traçado de uma história triste.
Talvez outro dia eu escreva uma história bonita, daquelas que fazem a gente
chorar e soluçar de emoção. Mas agora quero buscar a verdade nua. Tenho nas palavras
o destino de uma moça que nem pobreza enfeitada tem. Pois que a datilógrafa
está montada em meus ombros. Vejo-a de frente para um espelho e nós nos intertocamos.
Mas eu sou tendencioso, e nesse meu malabarismo, posso palavrear de modo a
fazer com que o outro me acompanhe. Parei de ler meus livros, não posso me
contaminar, preciso ganhar a mais humilde simplicidade, minhas palavras não
podem ser alucinógenas, precisam ser diretas. Preciso me absorver de uma vida
sem significado. Porque é assim que vivia a moça, apenas respirando. Não era
dada a perguntas, pois em sua infância no sertão Alagoano, aprendeu que ‘menino
e tamanco só debaixo do banco’. Jamais perguntava nada. O que é, é, e ponto
final. É assim, porque é assim. Mas eu sofro por ela. Só eu, a vejo
encantadora. Dormindo com sua combinação suja e fétida. Suas colegas de quarto
jamais diriam o quanto ela era feia e destoante do restante do mundo. No dias
de inverno se encolhia naquele quarto apertado, na rua do Acre, perto do Cais,
ouvindo os cães que uivavam para o luar, e logo pela manhã vez ou outra o galo
cantava. Recordava então da infância deitada na cama, enquanto ouvia os roncos
do estômago que rosnava de fome. Mas ela tinha lembrança das dores, como se ao
medo fosse designado um prazer característico que nem ela entendia a razão. <u>E é
mesmo, às vezes a vida se sente na vontade de doer</u>. Fora criada pela tia beata
em Maceió, seus pais morreram de febres ruins. Quando criança levava cascudos,
e cada qual parecia lhe arrancar os miolos da cabeça. Mas a dor maior era ser
privada do seu gosto mais saboroso, seu único prazer na vida a sobremesa de
goiabada com queijo depois do almoço. Era <b>a dor e o prazer caminhando sempre
juntos</b>. E como a tia tinha deleite em deixá-la sem o gosto do desejado doce.
Era castigo, mas nem ela sabia a razão de tantos castigos. Mas quando se é
pobre assim não é preciso saber explicar nada. E não há pobreza nesses olhos
que me lêem. Isso aqui é dispensável para os pobres. Isso é para essa média
burguesia, válvula de escape da vida massacrante. E ela dormia um sono profundo
e superficial, tinha crises de tosse quase todas as noites, mas nem reza, as
quatro Marias lhe prestavam. Companheiras de quarto que trabalhavam nas
Americanas e despencavam de sono todas as noites. Mas a nordestina não sabia o que era ter
gosto na Vida. Às vezes sonhava com carne seca, mas o jeito era comer papel bem
mastigadinho para a fome passar. Essa narrativa é sobre uma incompetente, mas
uma incompetente para a vida. Ela me ascende à dor que rasga o meu âmago. E dói
tanto que sangra vermelho carmim. E está rasgando meu interior, é essa dor
maldita, imprescindível que me acompanha todos os meses. Mas a moça nada tem a
ver com a minha dor, a dor é minha, ela é que é o inverso que justifica a dor.
Mas ela tinha dor, e a vida dela era dor. Mas <i>ela não sabia viver a dor</i>. <u>Ela
não sabia existir.</u> Mas existir não é lógico se a ordem é morrer, mas se morrer
é a ordem lógica e ela não sabia existir, ela também não sabia morrer. Era mesmo uma imprestável. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Trabalhava na Rua do
Lavradio, era datilógrafa na firma de representante de roldanas. De ombros
curvados como uma cerzideirinha aprendera o curso de datilógrafa, mas era
péssima, escrevia com diversos erros e constantemente sujava o papel. Não
chegava a mendigar comida, mas os únicos luxos que possuía, eram ir ao cinema
uma vez ao mês e pintar de modo borrado as unhas sujas com um esmalte vermelho
escarlate bem forte. Às vezes comprava uma rosa com o dinheiro que recebia e
comia um ovo cozido em algum botequim. Rezava todos os dias três Ave Marias seguidos
também de três améns. Tudo, porém, sem muito significado, pois ela nunca
houvera experimentado Deus. Mas não perderá a fé. Afinal, quem disse que é
preciso ter em quem, ou o que acreditar para se ter fé. Não sabendo ela que de longe sua vida era
infeliz. Nunca vista, nunca sentida, sempre aquele farrapo. Eu tenho raiva dela,
mas ela não reage. (Explosão!) 'Porque há o direito ao grito. Então eu grito.
Grito pulo e sem pedir esmola.' Sei que há moças que vendem o corpo, única posse
real, em troca de um bom jantar em vez de um sanduíche de mortadela. Mas essa
moça, ela mal tem corpo para vender, não faz mal a ninguém. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Seu chefe Raimundo
Silveira, dia desses por não mais suportar a ninharia que ela representava,
resolveu por despedi-la. Ao contrário dela, sua colega de trabalho Glória era
uma mulher de presença muito mais forte. Filha de açougueiro representava muito
mais que ela e, por conseguinte seduzia muito mais os homens. Não era bonita
também, mas era corpulenta, e isso já serviria aos olhos de muitos. Mas a
datilógrafa que não era mais datilógrafa, era agora apenas mais uma nordestina
no Rio de Janeiro. Nesse dia foi ao banheiro, olhou-se e viu a sua imagem quase
não captada pelo espelho embaçado. Ela era uma nódoa no mundo. Nem sangue
corria pelas veias daquele rosto esquálido. Por isso ela jamais poderia
derramá-lo. Uma incompetente! Não servia nem para reclamar o emprego.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em casa sem nada mais a
fazer durante a noite, ligava o rádio bem baixinho e deixava-se levar escutando
a Rádio Relógio que informava a hora e também dizia umas curiosidades que ela
achava graça em decorar sabe-se para qual finalidade, mas é sempre bom estar
informado, era cultura. Foi assim que aprendeu que o Imperador Carlos Magno era
na terra dele chamado de Carolus. Ouvira também que o único animal que não
cruza com o filho era o cavalo. Mas ela também tinha medos, ela possuía medos
que pareciam bons prazeres. Como quando passava um soldado perto e ela pensava
– será que ele vai me matar? – Isso era bom e ruim, pode ser ambíguo, mas
trazia prazer. Essa moça era assim tão comum que me causava arrepios.<i> E se me
perguntarem o que eu vou escrever em seguida, esqueçam não possui valor, perdi
a hora do encontro.</i> <b>Rasguei as páginas.</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mês de Maio dois
nordestinos se encontraram na rua no meio de uma chuva, se reconheceram como
dois animais no cio. Passaram a passear e ele para ela já era como se fosse uma
goiabada com queijo. Até que o a pergunta mais incisiva vibrou no ar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> -
E se me permite, qual é mesmo a sua graça?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> -
Macabéa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> -
Maca, o quê?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> -
Béa, foi ela obrigada a completar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Constrangida explicou que o nome era
devido a uma promessa que a sua mãe havia feito a Nossa Senhora da Boa Morte,
para que a gestação vingasse e ela não morresse durante o parto. Os dois
caminhavam e quase nenhuma palavra era dita. Macabéa com medo de que o silêncio
já significasse uma ruptura, diante de uma loja de ferragens disse ao
recém-namorado:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> -
Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Todas as vezes que saíam juntos chovia.
O nome do rapaz ela só veio descobrir depois de uns três ou quatro encontros.
Olímpico de Jesus Moreira Chaves, o Chaves e o Moreira não existiam, era
mentira. Só havia nele de verdadeiro mesmo o de Jesus. E esse homem não era
dado a amores, era um pobre assim como Macabéa, operário metalúrgico. Porém com
ambições. E o que tinha ela a oferecer-lhe? Nada que não fosse seu corpo murcho
de vida. As poucas conversas entre os namorados versavam sobre farinha, carne
de sol, carne-seca, rapadura, melado. Pois esse era o passado que ambos
compartilhavam, e eles esqueciam o amargor da infância porque esta, já passou,
é sempre acre-doce e dá até nostalgia. Pareciam irmãos, mas irmãos não se
casam. Eles iriam se casar?! Não sei, mas a história vai se seguindo assim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E como seria provar o
gosto de sangue? Será que esse sentido chegaria a Macabéa? Será que ela saberia
o que é ser vermelho? <span style="background-color: #ea9999;">Só eu a amo e mais ninguém.</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Foi numa noite fria de
Junho, Macabéa e Olímpico caminhavam juntos pelo Cais, como é de se admirar
naquele dia não choveu. Pode ter sido porque Macabéa não queria chover nesse
dia. Porque a chuva apagava o calor dos dois. E todos hão de convir que as
pessoas mereçam uma chance. Eles não se tocavam, mas Macabéa já sonhava com
Olímpico. Vivido e ‘rodado pelo mundo’, não poderia ser esperar muito de um
“cabra safado”, assim se fala no nordeste, desses. Mas Macabéa não tinha mais
medo do silêncio e pouco importava quem era Olímpico antes de conhecê-la, se
era rapaz de boa fama ou não, porque Olímpico já fazia parte dela, ela já o
amava. Foi então no silêncio que se deu o ocorrido. Dois olhares, duas mãos, um
instante, toques, movimentos, suor, e era então Macabéa, a inócua virgem
inseminada por um calor que subia e descia rapidamente pelas pernas. Ela não
conhecia o gosto, mas sabia que a entrega era seguida. Era uma fome vertiginosa,
uma vontade de ser o outro de entrar em contato com a carne. E aquela
datilógrafa sentira pela primeira e única vez na Vida o que era ter prazer.
Prazer do gosto de homem, e a partir dali era já não seria a mesma. Ela era mulher
para alguém. Ilusão de escritor poético, para Olímpico era mais uma. Clímax e
fim. Estava agora deitada em um lugar escondido, Macabéa, pensando no que havia
acabado de experimentar. Ela era agora o prazer indescritível dos sentidos.
Estava liberta. Achava-se errada, pecadora e imoral. Não iria mais se casar de
branco. Mas foi <b>nesse dia que Macabéa viveu. </b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Olímpico apaixonara-se
por Glória, sua colega de trabalho, com que já vinha traindo a pobre faz
tempos. Mas agora Macabéa- mulher já sabia o que era a vida diferente do que
ela sentira antes. Não iria mais se casar. Mas isso não havia ganhado tanta
relevância. O futuro com Olímpico pouco nos importa ele era mais um coitado. Havia algo maior acontecendo, uma revolução. Dentro
dela começara a crescer a semente de uma nova vida. Mas ela sim, agora era Grávida.
Nem todas as mulheres conseguem o dom dessa preciosidade da vida. Uma forma
inexplicável de perpetuar a espécie concedendo a ela características únicas de
cada um. Esse ser em formação, pequena semente plantada em terreno seco e
infecundo desenvolveu-se em vida. Imediatamente Macabéa tornara-se importante. Mas
só se sente a vida quando se sangra, e foram nove meses depois que Macabéa
sangrou, gritou, doeu, rangeu dentes, e dela nasceu a mais nova órfã, que
Macabéa chamou de Dolores, aquela que vem das dores trazendo vida. E tudo é
explicado porque só se suporta a dor em busca de um objetivo maior, porque se
quer viver, <b>a dor é a doação que nos torna vivos. Ela é o ponto vital que nos
torna humanos.</b> E foi neste sopro de vida inteira que Macabéa de repente experimentou
a morte. Como único momento em que foi o centro de toda razão da existência,
ela era a estrela, porque <i>se soube doer mais que a própria vida </i>e sabia a razão
da dor e tinha motivos para doer e brilhar intensamente. <span style="background-color: #999999;">A morte era um
encontro consigo.</span> Morta, os sinos badalavam, mas sem que seus bronzes lhes
dessem som. Agora entendo esta história. Ela é a iminência que há nos sinos que
quase, quase badalam. A grandeza de cada um. Pois é,<i> <u>só se sabe viver quem um
dia se doeu. </u></i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E eu?! Só agora me
lembrei que a gente morre. Mas... Mas eu também?!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não esquecer que por
enquanto é tempo de jambos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #666666;">Alana Gonçalves da Silva Gusmão, Thainara Barros da Rocha e Viviane Brito Franco.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #ea9999;">Releitura - LISPECTOR, Clarice / A hora da Estrela - Rio de Janeiro: Rocco, 1998.1ª Edição. </span></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-85194458109564198902012-03-02T21:26:00.001-03:002012-03-02T21:39:05.091-03:00O momento da Estrela<br />
<div style="background-color: white;">
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Porque a morte,se viver, muitas vezes torna-se um castigo insuportável.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Vida sem graça, sem gosto. Felicidade, só de vez em quando, como uma taça de vinho, que deve ser degustada bem devagar, guardando o sabor na boca e na memória.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Amor. Talvez nunca sentira antes, e agora uma pequena e imprudente chama é acesa no seu estúpido peito. Macabéa nunca conhecera alguém, talvez nem a si mesma, e a única coisa que consegue sentir é uma dor aguda que corrói seu peito, ou estômago. Ela não sabe!</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sonha, fantasia situações, mas o máximo que alcança são momentos mudos junto aquele de quem gosta.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Incapaz de qualquer tipo de demonstração de sentimento, ela vive seus dias; todos iguais!</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Com uma rotina simplesmente tediosa. Para ela está bom, não conhece nem aspira algo melhor, por isso não reclama.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Nunca questionou o motivo de sua existência. Viver é isso e pronto. “E a morte Macabéa?” </span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">- Não sei o que é, logo não penso nisso. Faz sentido? Quem sabe.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sentia-se limitadamente amada. Amada, apesar de sua falta de atitude era feliz assim, já basta!</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Lhe disseram, certa vez: “ Macabéa, vá a uma cartomante! Você vai gostar!” Não foi, jamais iria a algum lugar.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">- Se eu não consigo ver meu próprio amanhã, quem dirá outra pessoa. Era sua lógica e acreditava nisso. Voltou ao trabalho, rotina diária e cansativa.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Estava exausta de si, dos outros, da hipocrisia que todos os dias estava submetida. Fazer o quê? A vida é assim, as pessoas são dessa maneira. Talvez nem todas, mas todas aquelas que ela convive, utilizam desse mecanismo de sobrevivência. Marcou um encontro com aquele rapaz, aquele mesmo que lhe pagara um café ralo com leite. Mantinha suas expectativas, mas como sempre, seu semblante permanecia imóvel.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Saiu do trabalho como de costume, sempre atrasada. Tinha uma lerdeza irritante. Foi ao lugar marcado e percebeu que havia esquecido algo na mesa do escritório. Respirou e voltou ao prédio que trabalhava, subiu as escadas e enfim entrou. Vagarosamente procurou sua carteira. Isso! Era a carteira que havia esquecido. Mais atrasada ainda foi ao lugar marcado, mas notou uma aglomeração na avenida próxima.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">- Não gosto de aglomerações. Gente curiosa – pensava. Aproximava-se, cada vez mais, também queria ver o motivo pelo qual aquelas pessoas estavam ali, porque não haviam ido para casa. Percebeu que alguma coisa estava estendida no chão. Será que era um cachorro? Que pena!</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Não era um animal qualquer, e sim uma moça. Linda, loura nova. Choravam por aquele corpo ali, sentiriam sua falta. Macabéa pensou que poderia ser ela se não tivesse voltado ao escritório. Ficou feliz, muito feliz em saber que era outra. Se fosse ela, ninguém choraria, ninguém se importaria, seria somente mais uma; qualquer uma. Pelo menos alguém choraria por aquela moça.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Devagar e aliviada, voltou-se e caminhou até o local de encontro. Estava atrasada e não poderia chegar tarde em casa. Amanhã ainda é outro dia!</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ruane Azevedo e Bruna Bedoni</span></div>
</div>
<div style="background-color: white; text-align: justify;">
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-71719839441798075752012-03-02T18:42:00.000-03:002012-03-02T18:42:20.817-03:00Personagens de Carnaval<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Recordar-se de um feriado de carnaval vivido na infância. Para
muitos, algo vago, sem importância, mas para uma menina de apenas oito anos,
cheia de sonhos e de ânsia para ver as festividades que logo chegariam, era uma
imensa vitória.<a href="" name="_GoBack"></a> Pela primeira vez a bela menininha, de
cabelos lisos, que queria ser mulher, iria para a festa. Recebera dias antes
uma linda fantasia de rosa, dada pela mãe de sua amiga, feita por ela própria.
A irmã da pequena, que assim como ela, todos os anos acompanharam a festa de
longe, foi contagiada pelo brilho de felicidade instalado na pequena e resolveu
de que iria acompanhá-la. A mãe de ambas mostrou-se intensamente alegre por ver
suas filhas animadas.</span> </span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O dia finalmente chegou! Pela manhã, mãe e filhas se
prontificaram; a mais velha separava as fantasias, enquanto sua mãe enrolava os
cabelos da pequena para que ficassem frisados até a hora da festa e suas outras
irmãs cuidavam dos afazeres domésticos. Ao longo do dia a ansiedade as tomara por
inteiras; parecia que a hora não passava.</span> </span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">É chegada a hora. Fantasiaram-se de rosa e borboleta, passaram
batom forte, ruge, pegaram confete e foram para rua viver, pela primeira vez, a
alegria de serem personagens de carnaval. </span></span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="color: #e06666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i>Laíse Costa e Queila Carvalho</i></span></span></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-28543642459150823432012-03-02T08:33:00.003-03:002012-03-02T08:36:14.725-03:00Samba-enredo do meu Carnaval<div style="text-align: justify;">
Como a grande maioria dos brasileiros, a espera pelo carnaval é inquietante. Passado os festejos natalinos e do ano novo, o carnaval e tão ansiosamente aguardado, que uma contagem regressiva é estabelecida. Contagem regressiva para a festa da alegria, talvez a manifestação mais genuinamente brasileira, em que os problemas são deixados de lado abrindo alas para a felicidade, que é compartilhada por uma nação inteira. Ah carnaval! Um dos poucos momentos de alegria e satisfação plena. Ruas inteiras tomadas por pessoas fantasiadas dos mais diferentes tipos. Dançando todas ao som da mesma música, muitas vezes brega, é claro, mas quem importa? Ninguém! Afinal, a ideia de todos ali é a de se entreterem, de deixar a fantasia assumir a realidade e de serem apenas mais um personagem no enredo da alegria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A nostalgia parece tomar conta de mim ao tentar descrever os antigos carnavais. As matinês das tardes de domingo, já eram tradição. Nos antigos bailes de Pierrô e Colombina todas as crianças iam fantasiadas, acompanhados pelos pais, para os clubes em que as marchinhas embalavam a todos. Com o passar dos anos, eu já não era o mesmo. A adolescência trouxe à tona uma nova leva de sentimentos. Passamos a compreender o quão difícil à vida é. A responsabilidade, acompanhado das cobranças começa a fazer parte de nossas vidas. Diante desse cenário, o enredo toma um novo caminho. O carnaval já não é o mesmo de outrora, passa a ter um significado: deixar a rotina de lado, mesmo que durante apenas uma semana. As ruas de Salvador, tomadas por gente de todas as partes, recebem mais uma família, que aproveita a data para o reencontro com familiares e para brincarem na folia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Era dessa forma que o clico se repetia a cada ano. No entanto, a vida reserva para nós situações as quais não esperávamos nos deparar tão cedo. Foi assim, tão repentino como uma chuva de verão, que a minha família recebeu uma triste notícia. O patriarca da família estava com câncer de pulmão, que, já em processo de metástase tem o tratamento apenas como um paliativo para proporcionar uma melhor qualidade de vida no restante do indeterminado tempo de vida. Justo no ano em que o carnaval teria um sabor especial, seria a libertação de um ano cansativo que insistia em não me abandonar. Mas a vida tem dessas coisas não é? E a eminente morte do meu avô, mesmo desconhecendo quando irá se concretizar, parece sugar as minhas energias. De repente, parece ruir a estrutura da família.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com isso o carnaval passou, e enquanto outros aproveitavam as festas, minha família curtia meu avô. Aproveitamos a oportunidade para nos cercamos de carinhos e assim tentarmos juntos, unir os cacos. E é dessa forma que o samba-enredo do meu carnaval está desenrolando. O amadurecimento faz parte da existência humana, e esse foi a maior aprendizagem que levei desse carnaval.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Gustavo Carvalho e Brenda Oliveira</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-68759509701571684722012-03-01T23:19:00.001-03:002012-03-02T00:53:09.771-03:00O retorno da Felicidade<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Lucida Calligraphy'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Eu era magra, alta, de cabelos
escuros e sedosos, tinha uma pele de dá inveja, um corpo moldado como o de uma escultura
e o principal: meu pai era dono de uma livraria. Enquanto ela era gorda, baixa
e de cabelos crespos. Como se não bastasse, andava com os bolsos da blusa
cheios de bala.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Um dos seus maiores desejos
era que eu lhe presenteasse com livros em seu aniversário. Mas isso era muito
para mim, pois por mais que a livraria do meu pai tivesse muitos livros, eu
tinha ciúmes de qualquer um deles e queria todos para mim.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Mas a bondade existente em mim
era superior a qualquer ciúme bobo, e por isso me submeti a emprestá-la o livro
mais desejado: A menina que roubava livros, Markus Zusak.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Era um livro grosso, meu Deus,
era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. e acima de
tudo, era o meu preferido.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Como aquela menina devia me
odiar, eu que era imperdoavelmente bonita e que poderia ler quantos livros
quisesse, enquanto ela sonhava em ter uma estante cheia e tinha apenas uns
poucos livrinhos baratos. Apesar do medo dela avacalhar meu precioso livro, me
dispus a passar em sua casa para entregá-lo. E o fiz. Bem. Não diria que aquilo
era uma casa, a situação era precária, parecia mais um barraco. Enfim,
combinamos que em sete dias eu voltaria para buscar o livro.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Passou-se uma semana que mais
parecia um mês, estava ansiosa para ter o meu livro de volta, então fui
buscá-lo. Chegando lá, fiquei surpresa com a frieza daquela menina que a pouco
estava a me implorar pelo empréstimo, ela não me mandou nem entrar. Olhando bem
para os meus olhos, disse-me que não havia terminado de ler, e que eu voltasse
no dia seguinte. </span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Boquiaberta, saí devagar, mas logo a esperança de ter meu
livro de volta em breve me tomava toda.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Mas não ficou simplesmente
nisso, o plano secreto daquela menina que se mostrava tão meiga quando desejava
o livro e tão fria quando o tinha em mãos, era tranqüilo e diabólico. No dia
seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo.
Para ouvir a resposta calma: ainda não tivera tempo de terminar a leitura, pois
as atividades escolares e domésticas estavam tomando o seu tempo, que eu
voltasse no dia seguinte. </span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Mal sabia eu que mais tarde, no decorrer da vida, o
drama do ‘’dia seguinte’’ com ela ia se repetir com meu coração batendo.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> E assim continuou. Quanto
tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido. Eu já começava a adivinhar
que ela me escolhera para eu sofrer.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O que ela teria feito com meu livro? Será
que ele ainda existia?</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Eu ia diariamente à sua casa,
sem faltar nenhum dia sequer. Às vezes ela dizia que tinha adiantado a leitura,
mas falava ainda muito para ela terminar. E eu, que não era dada a olheiras,
sentia as olheiras se cavando sob meus olhos espantados.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Até que um dia quando eu
estava à porta de sua casa, ouvindo mais uma vez a sua recusa, apareceu seu
pai. O senhor achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo a
conversa. Até que esse bom pai entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme
surpresa exclamou: mas você leu esse livro em três dias!</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> E o pior para esse homem não
era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha
que tinha. Ele pensava silenciosamente sobre a potência de perversidade de sua
filha desconhecida. </span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma
para a filha: você vai devolver o livro agora mesmo. E para mim: e você não
empreste mais nada à minha filha.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Como contar o que se seguiu?
Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que não disse nada.
Peguei o livro. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as
duas mãos, comprimindo-o contra o peito, quanto tempo levei para chegar em
casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Chegando em casa, não parava
de olhá-lo, não acreditava que ele estava ali, inteiro, sem nenhuma deformação.
Horas depois o abri e li algumas linhas maravilhosas. Não parava de sorrir para
aquela coisa que me havia retornado: a felicidade. Eu nem me lembrava mais do
quanto era bom ter aquele livro, que eu tanto gostava, de volta à minha
cabeceira.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Às vezes sentava-me na rede, com
o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.</span><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Não era mais uma menina com o
livro: era uma mulher com seu amor de volta.</span><br /><br /><br /><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #666666;"> </span><span style="color: #e06666;"><i>
Carolina Pereira e Maria Clara Andra</i></span></span></span><span style="color: #e06666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><i>de</i></span></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-84773022777096752012012-03-01T22:40:00.001-03:002012-03-01T23:02:36.284-03:00Sobre a escrita...<style type="text/css">
p { margin-bottom: 0.21cm; }
</style><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" height="268" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center; width: 452px;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"> <br />
<a href="http://data.whicdn.com/images/24103945/typewriter_by_embracelife-d2yremu_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="214" src="http://data.whicdn.com/images/24103945/typewriter_by_embracelife-d2yremu_large.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<div style="background-color: #f4cccc; color: #e06666;">
<span style="font-size: small;">"</span><span style="font-family: Times New Roman,serif; font-size: small;">Todas as palavras que
digo - é por esconderem outras palavras</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="background-color: white; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<style type="text/css">
p { margin-bottom: 0.21cm; }
</style>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="background-color: #f3f3f3; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;">O que dizer, meu Deus? Não há
nada. Só silêncio. Há a máquina sendo tocada lentamente. Há o
som macio da escrita.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="background-color: #f3f3f3; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;">São várias as palavras dentro
do peito, uma eterna confusão que não consigo guardar por muito
tempo e as histórias acabam voando. O que é que eu posso escrever?
Às vezes fico tentando desenrolar um texto, alinhavando fio por fio
do pensamento, procurando frases no chão como se olhasse o céu.
Tento fingir que é fácil. Mas não é. A palavra é forte demais
para ser maquiada, ela é, e apenas. E eu só poderia amá-la. A
palavra é meu instrumento de transcendência, é quase tão
insuportável quanto a perfeição. Cada palavra é uma ideia. Cada
palavra materializa o espírito. E quanto mais palavras eu conheço,
mais próxima me sinto do eco da liberdade. </span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;"> </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="background-color: #f3f3f3; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;">Os nossos sentimentos não passam
de inexistências se não forem moldados em palavras. É preciso ser
identificável, mas apenas nas entrelinhas. O mistério é o segredo
da palavra, ela tem que ser como uma neblina que encobre a lucidez e
a transparência do ser e foge da coerência. Todas as palavras que
digo - é por esconderem outras palavras. E por esconderem, é que me
torno simples. Ou complexa, aos olhos de quem busca compreensão. </span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;"> </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="background-color: #f3f3f3; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;">Qual é mesmo a palavra secreta?
Aquela que toma o meu inconsciente? Aquela que não sabe lidar com os
sentimentos? Aquela que sempre está perdida entre as letras no
papel? Não. Não. Não. É aquela em que eu ousei. Não sei por que
não ouso dizê-la? É como se fosse o meu maior segredo. O elo
perdido da escrita. Sinto que existe uma palavra, talvez unicamente
uma, que não pode e não deve ser pronunciada. Acredito que seja
porque é esta palavra, a única que deixa o vazio permanecer em mim
e me completa. Quero continuar existindo nela, no único ponto em que
me encontro segura, todas as outras palavras são uma mentira, fazem
parte do abismo insondável em que temo cair. São essas palavras que
me impedem de dizer a verdade.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="background-color: #f3f3f3; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;">Simplesmente não há palavras.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="background-color: #f3f3f3; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;">O que não sei dizer é mais
importante do que o que eu digo. O que eu digo sempre tem
sentido e há uma beleza única na incoerência. Dizer o que se sabe
significa vulnerabilidade. Dizer o que não se sabe é exibicionismo.
Temer o que se sabe é mediocridade. O que não digo é o que não
sei e não há nada que me interesse mais do que o que eu não sei,
porque eu ainda preciso saber. E as palavras me dão a oportunidade
de descobrir. São como a música, tocam o mais íntimo do ser e são
tão inconstantes quanto às batidas ritmadas da vida. As prefiro não
saber demais, porque não saberia o que fazer com esse saber.
Analogamente, desejei muitas vezes não saber escrever, assim talvez
me guardasse mais e me protegesse de mim mesma. Mas não consigo.
Ainda quero escrever, anotar cada frase que penso e que se encontra
voando na mente, porque muita coisa se perde no instante. Escrever é
como guardar em um refúgio, em um lugar seguro, um abrigo que nunca
vai se desmanchar, mesmo sendo feito de ideias.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="background-color: #f3f3f3; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;">Sempre quis atingir através da
palavra alguma coisa que fosse ao mesmo tempo sem moeda e que
fosse e transmitisse tranquilidade ou simplesmente a verdade mais
profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu
escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de
todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="background-color: #f3f3f3; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;">Nesse ritmo lento das palavras,
escrevo as minhas diversas vidas. As vidas que tive, as que finjo
ter, as que ainda terei. Escrever é sangue pulsando na veia.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;"><span style="background-color: #f3f3f3;">Só irei parar de escrever quando
me encontrar de verdade e sinto que isso nunca acontecerá</span>. </span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;"> </span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="background-color: #f3f3f3; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif;">Sobre escrever. O que dizer meu
Deus? Simplesmente as palavras do homem.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br />
</div>
</div>
<div class="western" style="background-color: white; margin-bottom: 0cm; text-align: left; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Times New Roman,serif; font-size: x-small;">- <a href="http://claradl.blogspot.com/">Ana Clara Dantas</a>, Eni Carvalho e<a href="http://ulliuldiery.blogspot.com/"> Ulli Uldiery </a></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-48204195038127845542012-03-01T20:01:00.001-03:002012-03-01T22:56:30.405-03:00O destino de Macabéa...<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7agzJybomFX64PMrqMAOusvGOkFbEolsxCyJW8uVgVjVxddeRQ9s3YGNajE_ZW-_e5edZmj1qVVs7t8YHiz49VUoAUVxhBY_I3Vf2uavz0zjq6y9A9rniCHtbLeTiP0xlFKw6depxLzI/s1600/0dfe711eb8674ebbe4eb0883b383f8eb464.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7agzJybomFX64PMrqMAOusvGOkFbEolsxCyJW8uVgVjVxddeRQ9s3YGNajE_ZW-_e5edZmj1qVVs7t8YHiz49VUoAUVxhBY_I3Vf2uavz0zjq6y9A9rniCHtbLeTiP0xlFKw6depxLzI/s320/0dfe711eb8674ebbe4eb0883b383f8eb464.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<blockquote>
<i style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Bem.</span></i></blockquote>
<blockquote>
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Diante da súbita ajuda, Macabéa,
que nunca se lembrava de pedir, pediu licença ao chefe inventando dor de dente
e aceitou o dinheiro emprestado que nem sabia quando ia devolver. Essa audácia
lhe deu um inesperado ânimo para audácia maior (explosão): como o dinheiro era
emprestado, ela raciocinou tortamente que não era dela e então podia gastá-lo.
Assim pela primeira vez na vida tomou um táxi e foi para Olaria. Desconfio que
ousou tanto por desespero, embora não soubesse que estava desesperada, é que estava gasta até a
última lona, a boca a se colar no chão.</span></i><i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"></span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Então
Macabéa depois de ter caído em depressão – devido à traição de sua amiga Glória
e seu namorado Olimpico – segue rumo à casa da cartomante para que esta lhe revelasse qual era seu futuro.</span></span></blockquote>
<blockquote>
<i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Não foi difícil achar o endereço da
Madama Carlota e essa facilidade lhe pareceu bom sinal. O apartamento térreo
ficava na esquina de um beco e entre as pedras do chão crescia capim — ela o
notou porque sempre notava o que era pequeno e insignificante. Pensou vagamente
enquanto tocava a campainha da porta: capim é tão fácil e simples. Tinha
pensamentos gratuitos e soltos porque embora à toa possuía muita liberdade
interior.</span></i></blockquote>
<blockquote>
<i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">A própria madama Carlota atendeu-a,
olhou-a com naturalidade e disse:</span></i></blockquote>
<blockquote>
<i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">– O meu guia já tinha me avisado
que você vinha me ver, minha queridinha.</span></i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Macabéa
assustou-se e deu um passo para trás.</span></blockquote>
<blockquote>
<i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">– Não tenha medo de mim, sua
coisinha engraçadinha. Porque quem está ao meu lado, está no mesmo instante ao
lado de Jesus.</span></i></blockquote>
<blockquote>
<i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">E apontou o quadro colorido onde
havia exposto em vermelho e dourado o coração de Cristo.</span></i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-indent: 35.4pt;"> </span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"> Macabéa então entrou na sala e sentou-se desajeitadamente
em uma cadeira de madeira que estava de fronte de uma mesa redonda repleta de
velas coloridas, incensos com cheiro de jasmim, um baralho com umas figuras
estranhas – possivelmente um tarô – e por fim um cigarro aceso encostado em um
cinzeiro.</span><span style="line-height: 115%;"> </span><span style="text-indent: 35.4pt;"> </span></span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> Madama Cartola sentou-se na cadeira que estava do lado
oposto da mesa. Pegou o tarô e pediu para que Macabéa o repartisse que duas
partes; e esta meio insegura fez o que a Madama havia pedido. A cartomante então
desenhou dois círculos em volta das cartas com a parafina das velas laranja e
violeta (representando respectivamente energia e espiritualidade).<br /> </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> A Madama girou algumas cartas do tarô, analisou-as e por
fim disse com uma expressão de mistério:</span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">–
Você será uma atriz muito reconhecida, famosa, grandiosa e rica. Mas antes de
se tornar uma artista, você sofrerá um acidente.</span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">–
Como é que vou ser famosa se eu vou sofrer um acidente? – Disse Macabéa.</span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">–
Calma, calma. Você nem deixou terminar de falar. Ao sair desta casa você se
acidentará, deste acidente de alguma forma irá conhecer um rapaz que vai fazer
a diferença em sua vida.</span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">–
Como assim? Quem é esse rapaz?</span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">–
Não sei lhe dizer minha querida. Terá que descobrir sozinha.</span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">–
Não! Não! A senhora tem que me falar quem é! Como vou saber quem ele é?</span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">–
Não se preocupe Macabéa; quando chegar a hora você vai saber, assim como ela
vai saber que vocês nasceram um para o outro.</span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"> </span><i><span style="line-height: 115%;">–
E agora — continuou a madama — você vá embora para encontrar seu maravilhoso
destino. E mesmo porque tem outra freguesa esperando, demorei demais com você,
meu anjinho, mas valeu a pena! Num súbito ímpeto (explosão) de vivo impulso
Macabéa, entre feroz e desajeitada, deu um estalado beijo no rosto da madama. E
sentiu de novo que sua vida já estava melhorando ali mesmo: pois era bom
beijar.</span></i></span></blockquote>
<blockquote>
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> Saiu da casa da cartomante aos tropeços e
parou no beco escurecido pelo crepúsculo — crepúsculo que é hora de ninguém.
Mas ela de olhos ofuscados como se o último final da tarde fosse mancha de
sangue e ouro quase negro. Tanta riqueza de atmosfera a recebeu e o primeiro
esgar da noite que, sim, sim, era funda e faustosa. Macabéa ficou um pouco
aturdida sem saber se atravessaria a rua pois sua vida já estava mudada.</span></i></blockquote>
<blockquote>
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Então ao dar o passo de descida da
calçada para atravessar a rua, o Destino (explosão) sussurrou veloz e guloso: é
agora é já, chegou a minha vez!</span></i><i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Macabéa
então cai esmaecida no duro asfalto da rua. O rapaz que a atropelou desce do
carro desesperado, olha para ela caída no chão — toda arranhada e ensangüentada
—<i> </i>e se apaixona imediatamente pela pobre
e desvalida Macabéa.</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> ..............</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"></span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> <span style="line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;">Macabéa
acorda em uma cama de hospital e se depara com um lindo rapaz. Ele riu para ela
e disse-lhe:</span></span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">–
Olá. Tudo bem?</span></span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">–
Sim, eu acho. – Respondeu Macabéa.</span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Macabéa
é liberada do hospital no dia seguinte.</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Giuliano
– o rapaz que a atropelou – passa a visitá-la regularmente, pois este já não
mais conseguia ficar longe de Macabéa, e estava tentando conquistar seu coração
a todo custo. E pouco tempo depois ele consegue com que Macabéa também se
apaixone por ele.</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> ..............</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-indent: 35.4pt;"> </span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">As
semanas foram passando e a convivência aumentando. Vendo que Macabéa possuía
uma beleza inexpressiva, Giuliano decidiu valorizar sua aparência e aumentar
sua auto-estima, levando-a a um salão de beleza no qual Macabéa saiu como uma
fisionomia totalmente diferente da ‘antiga’.</span><span style="line-height: 115%;"><br /></span><span style="line-height: 115%;">Em
seguida Giuliano consegue um teste artístico para Macabéa. Ela se prepara dias
e dias, quando finalmente faz o teste e é aprovada, dando início assim a sua
carreira de atriz e ganhando o mundo.</span><span style="line-height: 115%;"> ..............</span><span style="text-indent: 35.4pt;"> </span></span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Quando
estava atuando em uma de suas novelas, seu ex-namorado (Olímpico) a viu, e ao
perceber que a Macabéa que ele conhecia não existia mais e que a nova Macabéa
era muito melhor, ele se arrepende profundamente de tê-la abandonado, termina
assim seu namoro com Glória e decididamente foi atrás de Macabéa para tentar
voltar a ser seu namorado.</span></span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Entretanto,
Glória não aceita a hipótese de ser abandonada por Olímpico, então antes que
ele partisse em busca de Macabéa, Glória desesperadamente com dois movimentos
rápidos esfaqueia Olímpico próximo ao coração, com a faca que havia deixado em
cima da mesa na hora do almoço.</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Olímpico
desaba no chão da cozinha e morre com duas simples facadas no peito.</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-indent: 35.4pt;"> </span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">O
relatório psicológico de Glória a definiu como sendo uma pessoa que não estava
em seu juízo perfeito; logo foi encaminhada ao sanatório pelos seus parente.</span><span style="line-height: 115%;"> ..............</span><span style="text-indent: 35.4pt;"> </span></span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Macabéa
soube da história duas semana depois e chorou muito pela morte de Olímpico,
pois apesar de tudo ela ainda o considerava como um amigo.</span><span style="line-height: 115%;"> ..............</span><span style="text-indent: 35.4pt;"> </span></span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Macabéa
se casou com Giuliano, teve três filhos e ganhou o mundo com seu talento, sua
beleza e ...</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 17px;"><br /></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small; line-height: 17px;"><i> Carine Oliveira, Kayque Costa e Raíssa Andrade</i></span></blockquote>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-336196231200597992012-03-01T19:18:00.000-03:002012-03-01T19:23:02.263-03:00Felicidade Clandestina [Parte II]<br />
<blockquote class="tr_bq">
</blockquote>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://26.media.tumblr.com/tumblr_lzpvod0UiZ1r3rigwo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="224" src="http://26.media.tumblr.com/tumblr_lzpvod0UiZ1r3rigwo1_500.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: #fff3db; font-size: 12px; text-align: left;"><span style="color: #e06666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i>"Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só pra depois ter o susto de o ter."</i></span></span></td></tr>
</tbody></table>
<blockquote class="tr_bq">
<i style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">A
oportunidade surgiu quando pensei em fazer amizade com a dita cuja. Haveria de
ser difícil, já que não fazia o gênero nem o tipo de pessoa que ela estava
acostumada a ter como amiga. E cá entre nós, não posso ser hipócrita de dizer
que não era uma menina bonita, se não era, perto dela me tornava uma princesa.
Podia a gordinha ser dona do meu paraíso, mas sua imagem era de dar pena.
Talvez pra compensar a sua falta de beleza, pisava nas pessoas fingindo-se
conhecedora de inúmeros assuntos que segundo ela, havia aprendido ao ler os
livros da iluminada biblioteca. Dava-me raiva vendo-a destilar sua crueldade
sabendo de minha ânsia, fingindo dar importância aos volumes quando nem deveria
entrar na imensa sala onde eles estavam.</span></i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> O
fato é que me aproximei e engolindo meu orgulho pedi emprestados alguns títulos
que há muito me interessavam. E ela soprava uma brisa de esperança me
prometendo os emprestar, pra depois inventar mil desculpas. Primeiro os
esqueceu na mesa, depois os colocou em outra das muitas mochilas que tinha, num
outro dia o pai a teria proibido de emprestar seus livros. Isso quando não
inventava ter emprestado a primos, vizinhos e outros amigos. Eu abafava minha
raiva, e em pensamento acreditava que a justiça seria feita.</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;"> </span></span></i></span></blockquote>
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i>Fui
à casa da malvada e na sua ausência, pedi à mãe, que eu não conhecia, mas que
diferente da filha tinha ares de gente humilde. Perguntei-me de onde havia
tirado a menina tanta feiura e maldade, já que a bela mãe não somente me
entregou os títulos que eu tanto queria e ainda deu-me acesso á biblioteca
particular sempre que quisesse. Obviamente isso não agradou a filha, mas a mim
isso não interessou muito. A justiça havia chegado e minha felicidade agora era
visível. Meus olhos foram alimentados, minha fome de ler por muito tempo sendo
saciada naquele paraíso que hoje, depois de tanto tempo eu pude copiar e fazer
pra mim.</i></span><span style="font-family: 'Segoe UI Light', sans-serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
</blockquote>
<span style="color: #e06666;">{</span><a href="http://www.facebook.com/profile.php?id=100000210542468" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ana Lara Trindade</a> <span style="color: #666666;">e</span> <a href="https://twitter.com/#!/_LinaCaroline" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Caroline Lina</a><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">.<span style="color: #e06666;">}</span></span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-81127312772161013762012-03-01T18:33:00.005-03:002012-03-01T18:58:57.478-03:00Felicidade Clandestina [Parte I]<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://26.media.tumblr.com/tumblr_lutnsahuPG1r6fnhuo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="http://26.media.tumblr.com/tumblr_lutnsahuPG1r6fnhuo1_500.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #e06666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i>"Não era mais uma menina com seu livro: era uma mulher com seu amante"</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<blockquote>
<span style="color: #666666;"><i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Dentre
todos os ensinamentos e códigos morais que meus pais sempre fizeram questão de
nos passar, a demonização da inveja esteve primordiavelmente nos principais tópicos
das longas conversas, fossem elas nos minutos antes de dormir ou nas poucas
vezes em que comíamos todos juntos à mesa. Lembro bem das palavras do pai que
nos obrigava a não deixar nada nos pratos, alegando quantos lá fora gostariam
de ocupar uma daquelas cadeiras. Dizia ele de seu jeito sábio, mas rude: a
única inveja que Deus não castiga é de poder ter o que comer e onde dormir. Tem
vocês isso tudo e mais um monte, vão ter inveja então do quê?</span></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span> </span></i></span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i> Não
sabendo ele que em meu íntimo, por mais que tentasse afastá-la de todas as
maneiras, só crescia uma vontade de ocupar não uma cadeira à mesa, mas qualquer
cantinho onde pudesse me sentar e saborear um dos tantos livros que preenchiam
a vasta biblioteca particular de uma de nossas colegas de escola. Meu pai
jamais entenderia que minha inveja era condizente a que ele dizia não ser
julgada por Deus. Eu tinha fome de ler e a diferença só estava em por onde o
alimento viria a entrar. Meus olhos quando em frente a um livro, eram
acrescidos da capacidade de mais dois sentidos. Eu podia sentir o cheiro das
páginas, podia sentir o seu gosto. Nesse sistema de alimentação, diferente do
comum à boca, entrava em cena pra balbuciar cada palavra ou pra ficar aberta
perante as surpresas que cada linha proporcionava.</i></span></span></blockquote>
<blockquote>
<span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Eu
acessava mundos, me tornava os personagens e tinha depois o prazer de me
imaginar vivenciando aquelas mesmas situações, aquelas mesmas sensações.
Revoltava-me, no entanto, como poderia alguém com tal oportunidade não fazer
uso dela? A minha colega, filha do dono da formidável biblioteca, ou paraíso
como via aquela imensidão de livros me fitando, tinha seus interesses em outros
focos, terrivelmente tão banais que me envergonho de dizê-los. Preferia a
gordinha ruiva, fazer fofoca da vida alheia ou humilhar quem segundo ela: não
tinha o que rato roer. Não bastava tanta arrogância, tinha ainda que ser burra.
Burra ao ponto de, penso eu, jamais ter lido um livro sequer daqueles tantos, a
menos que um deles fosse um manual de crueldade.</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></i></span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i> <span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Eram,
portanto, dois pólos opostos de felicidade. A minha, não poderia estar completa
com tamanha injustiça. Minha fome por leitura era muito pouco saciada. Ao
contrário da outra, minha biblioteca se resumia a meia dúzia de volumes
extremamente gastos e que há muito eu já os havia decorado. Feliz seria eu
quando pudesse ter pleno acesso aos quantos livros bem quisesse. Os iria
engolir, a todos, mas com cuidado pra que durasse por toda vida minha fonte de
alimento. </span></i></span></blockquote>
<i><span style="color: #e06666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">{continua...} </span></i>Unknownnoreply@blogger.com0R. Onze, 2-180 - Vitória da Conquista - BA, Brasil-14.902321826141796 -40.8251953125-18.846711326141797 -45.8789063125 -10.957932326141796 -35.7714843125tag:blogger.com,1999:blog-3523097958976611505.post-19900241130395222642012-02-29T20:48:00.000-03:002012-03-01T19:24:36.425-03:00Bem vindos: Lispectorius Inside<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Olá, </span></i><span style="color: #5f5f5f; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
</span><i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
</span></i><span style="color: #5f5f5f; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
</span><i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Viemos apresentar à
vocês o</span></i><i><span style="color: #cc0000; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> <span style="background: white;">"<u>Lispectorius</u>"</span></span></i><i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">, blog criado com o intuito de
divulgar os textos produzidos pela turma de 3° de meio ambiente ( IFBA- Campus
Vitória da conquista), os quais são retextualizações de algumas obras da
consagrada escritora e jornalista brasileira</span></i><i><span style="color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></i><i><span style="background: white; color: #e06666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Clarice Lispector</span></i><i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">.</span></i><span style="color: #5f5f5f; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
</span><i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></i><i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRrI9W3GQ1Yl5rNhtftk4j3wp27d2U2vSksC0wD7OBc460RU0qHsotrmVp4_aeNyzP7rOzaeq3GDiDT3CGXw1xeTN46PcEbznzaqs8TEJxZGfr5IScYbkdLM9PgAYnM-udtnJ0iAIjtW0/s1600/600full-clarice-lispector%255B2%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRrI9W3GQ1Yl5rNhtftk4j3wp27d2U2vSksC0wD7OBc460RU0qHsotrmVp4_aeNyzP7rOzaeq3GDiDT3CGXw1xeTN46PcEbznzaqs8TEJxZGfr5IScYbkdLM9PgAYnM-udtnJ0iAIjtW0/s320/600full-clarice-lispector%255B2%255D.jpg" width="320" /></a><i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nestes textos nós modificamos as criações, os personagens, os
enredos; expressamos nossas opiniões, para
que pudéssemos assim demonstrar uma vontade de resultado diferente
para cada obra.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
</span></i><span style="color: #5f5f5f; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
</span><i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Esperamos apreciem
nosso </span></i><i><span style="background: white; color: #e06666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">blog</span></i><i><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">.</span></i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #666666;"><i><br /></i></span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRrI9W3GQ1Yl5rNhtftk4j3wp27d2U2vSksC0wD7OBc460RU0qHsotrmVp4_aeNyzP7rOzaeq3GDiDT3CGXw1xeTN46PcEbznzaqs8TEJxZGfr5IScYbkdLM9PgAYnM-udtnJ0iAIjtW0/s1600/600full-clarice-lispector%255B2%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"></span></i></a></div>
<span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i><br /></i></span>Unknownnoreply@blogger.com0